domingo, 30 de março de 2008

Desde muito tempo,
Um corvo vem e me visita
E toda vez ele leva um pedaço da minha mente,
Do meu coração,
E da minha alma
Esse corvo atende pelo nome de
Solidão.

E esse corvo,
Me bica todos os dias
Me cutuca e me mata aos poucos
E todos os dias esse corvo vem sempre com um igual
E esse que sempre vem me observa e aguarda,
Ele sabe que a hora dele se alimentar esta chegando,
O nome dele?
Ponto final
Cada dia o sol nasce mais sem brilho
Cada dia mais a luz se apaga
Para mim todos os dias são tempestuosos
O mar cada vez mais é um imenso deserto
As montanhas cada vez mais se torna um mar seco
Para mim nada mais na vida tem graça
Fui aos poucos perdendo a razão de viver
Pouco a pouco fui me afundando na escuridão
E quando cheguei ao fundo da areia movediça que é a melancolia
Me mantive quieta
Sem ver e sem sentir tudo ao meu redor
Sem respirar e sem viver.
Minha mente está a muito tempo
Vagando pela escuridão sem fim da minha alma
E o pouco de felicidade que existe dentro de mim
Eu uso futilmente,
Uso para manter as aparências
Fazer que está tudo bem
Para quem eu vivo afinal?
Cada ato que eu cometo
Não cometo pensando em mim
Mas sim pensando sobre o que os outros vão pensar de mim
Guardo minha tristeza para a minha solidão
Mas ela tem se acumulado pois não tenho mais um lugar para ficar sozinha
E isso tem me desesperado,
Pois eu não estou mais conseguindo segurar
E eu não quero que os outros vejam isso
Se quiserem ver vejam
Mas não vou mostrar a ninguém
Não vou procurar ninguém.
Sou uma piada do destino,
Um puro capricho dos deuses,
Fui feita para os outros rirem de mim
Mas esqueceram de um detalhe
Que a eles em nada afeta,
Sou humana como qualquer outra
E tenho sentimentos como os outros,

O destino incerto rege a minha vida
Vou vagando sem direção e sem destino,
Minhas lágrimas são minhas pegadas
Minhas melancolias são as marcas da minha existência
E meus sonhos vazios e sem nexo
São o meu futuro incerto